A disputada eleição à prefeitura de Santa Maria será, novamente, decidida entre os dois principais campos ideológicos que dominam a política local: esquerda e direita. Em 2016, o município teve a primeira decisão em dois turnos. Naquele momento, Valdeci Oliveira (PT) e Jorge Pozzobom (PSDB) protagonizaram o pleito mais acirrado de todos os 5,5 mil municípios brasileiros. À época, o tucano venceu o petista por incríveis e surreais 226 votos.
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Agora, Pozzobom está no segundo turno de novo. Desta vez, ele disputa a reeleição contra o candidato Sergio Cechin (Progressistas), que é o vice dele até 31 de dezembro. Dois candidatos e um mesmo governo. Mas uma abissal diferença os separa. Pozzobom representa o método do distanciamento controlado - adotado e elogiado em âmbito nacional pelo governador Eduardo Leite. Enquanto Cechin, para muitos, é um tentáculo do que representa o bolsonarismo na questão da pandemia.
Ou seja, o coronavírus é uma situação já superada. Além disso, essa narrativa é reforçada peo fato de Cechin ter nele a imagem colada ao senador Luis Carlos Heinze (PP).
SE SAÍREM DE CASA...
Os petistas, no próximo domingo, é provável - que, em caso de não anularem o voto - darão o voto a Pozzobom, mesmo que contrariados. Isso porque há uma situação que aproxima petistas e tucanos: a conduta deles no enfrentamento à pandemia é balizada pela ciência. Ao menos, esse é o discurso.
HAVERÁ UM GESTO?
A política, contudo, é feita de gestos. Resta saber, qual será o aceno de Pozzobom para ganhar o voto de petistas e, principalmente, o "sim" dos seguidores de Valdeci. Pozzobom sempre foi um contumaz crítico do lulopetismo e isso, daqui a pouco, pode ser um impeditivo para que petistas mais orgânicos votem no atual prefeito.